Já dizia um conhecido filósofo que “quando se navega sem destino, nenhum vento é favorável". Na história infantil "Alice no país das maravilhas", a menina, sem saber para onde ir, ao chegar numa encruzilhada, pergunta ao Gato:
- Poderia me dizer, por favor, qual o caminho para sair daqui?
- Depende do lugar para onde você quer ir.
- Não importa muito onde.
- Nesse caso, não importa por qual caminho você vá!
Frases soltas e de impacto, trechos de filmes de ficção, de histórias inocentes ou de desenhos animados, são normalmente utilizados para provocar algumas reflexões em nosso dia-a-dia. Na primeira citação, navegar sem destino é uma escolha que o ser humano faz, mas é o vento que se encarregará de escolher para onde levá-lo. Afirmar, portanto, que nenhum vento lhe será favorável já representa uma certa dose de exagero. Se os ventos são estudados e conhecidos, a ignorância, nos dias de hoje, está em não conhecê-los. Será que a frase, creditada a Sêneca, faria sentido atualmente? O que a ciência nos diz sobre os ventos? Há, sem dúvida, muita informação disponível a respeito. Assim, pior que navegar sem destino é viver na ignorância daquilo que já foi explicado pela ciência e deixar ser levado para o desconhecido.
A Alice convive conosco. Trabalha ao nosso lado. Somos nós. Para quem não sabe aonde ir, decidir sair do lugar em que se encontra, que nada nos acrescenta, já é um ponto de partida. Seguir por esse caminho desconhecido será uma nova experiência, desde que se tenha um objetivo definido. Observar atentamente cada novo passo, explicar aquilo que precisa ser explorado, somar ao conhecimento de quem já passou por essa trilha, seguramente trará uma nova contribuição para a humanidade. Esse é o estágio em que muitos se encontram. Quem já se lançou ao mar, se perderá por desconhecer o que representam os ventos e para onde eles nos conduzirão. Para quem está de saída para algum lugar, é só olhar ao redor, para aquilo que já se conhece, e se munir desses conhecimentos e buscar novas descobertas.
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